quarta-feira, 18 de junho de 2008

Para Ler

Gabriel García Márquez e Fidel Castro


Os segredos de uma amizade



Somos amantes. Amantes de Cuba e da boa literatura.

Assim começa este obra literária conjunta do escritor espanhol Ángel Esteban e do Belga Stéphanie Panichelli. Escolhi este livro hoje pois retrata de forma sucinta a vida de dois daqueles que bem poderiam ser aspirantes a Comissários - Fidel Castro e Gabriel Garcia Marquez.
Para os mais distraídos, Fidel Castro é presidente de
Cuba desde a Revolução Cubana (1958-1959), que derrubou o governo pró-americano do general Fulgêncio Batista. Esta revolução tinha um caráter nacionalista e socialista, pois recebeu forte influência do “companheiro” Ernesto Che Guevara (conhecido como “Che”) e do irmão de Fidel, Raúl Castro. Após a revolução, Fidel Castro aproxima-se da União Soviética, fazendo de Cuba uma aliada do socialismo na América. Facto que fez com que os Estados Unidos passasse a tratar a ilha como uma perigosa inimiga. Os Estados Unidos, na década de 1960, declararam um embargo econômico a Cuba, influenciando também na expulsão do país da OEA (Organização dos Estados Americanos). Também no decurso da revolução, Fidel implantou um sistema socialista na ilha, acabando com a desigualdade social entre os cidadãos cubanos. Implantou uma economia planificada, que contou com o apoio soviético durante a Guerra Fria. Após a queda do muro de Berlim e o fim dos regimes socialistas na Europa Oriental, Cuba começou a passar dificuldades sem os investimentos soviéticos. Atualmente, embora possua bons sistemas educacional e de saúde, os cubanos sofrem com as dificuldades financeiras. Castro ocupou o cargo de primeiro ministro da República de Cuba de 1959 até 1976. Em 2 de dezembro de 1976, passa a ser o presidente do Conselho de Estado (chefe do Estado) e presidente do Conselho de Ministros (chefe de governo) de Cuba. Além de todos os cargos que acumula no governo, é o primeiro secretário do Partido Comunista Cubano desde a fundação em 1965. Após 49 anos no poder, em 19 de fevereiro de 2008, Fidel Castro anunciou sua renúncia ao cargo de presidente de Cuba e à chefia do Partido Comunista Cubano. O sucessor de Castro, no comando de Cuba, é seu irmão mais jovem Raúl Castro. Embora não possua o mesmo prestígio que o irmão, Raúl passou a sentir o gosto do poder no final de julho de 2006, após os problemas de saúde apresentados por Fidel Castro.
Já Gabriel García Márquez é um importante
escritor colombiano, jornalista, editor e activista político, que em 1982 recebeu o Nobel de literatura pela sua obra, que de entre outros livros inclui o aclamado “Cem anos de solidão". Foi responsável pela criação do realismo mágico na literatura latino-americana.Viajou muito pela Europa e vive actualmente em Cuba a lutar contra um cancro. É pai do realizador Rodrigo García.
Neste livro, Gabo (como é designado Gabriel Garcia Marques) sonhava com uma América Latina unida e com um socialismo próprio, diferente da URSS ou de países comunistas como a China. Fidel seria um catalizador desse sonho com o exemplo que podia dar em Cuba de um Socialismo forte e justo. Os autores não evitam o tom crítico com que descrevem certos acontecimentos em Cuba ou mesmo relativamente a Gabo: muitas vezes ironicamente apontam o dedo ao regime de Fidel e a Gabo por nada fazer relativamente aos problemas cubanos (principalmente no que respeita aos presos políticos e às condenações à morte que Márquez sempre criticou). Sem dúvida que é um livro bem documentado, baseado numa bibliografia extensa, mas que nem sempre é isento - não podendo deixar de fazer esta crítica, tenho dúvidas no entanto que fosse possível escrever um livro destes com verdadeira imparcialidade.
A gente vê-se para a semana

2 comentários:

Anónimo disse...

Aqui está um post fantástico! Ponham o Carlos a falar de política!

Anónimo disse...

Já li e não vale um corno!