quinta-feira, 26 de junho de 2008

Para Ler

O Outono do Patriarca
Mais uma vez é quinta-feira.

Cá me encontro para vos apresentar algo para lerem.

O livro que hoje vos trago chama-se “O Outono do Patriarca” do grande autor já falado a no post passado: Gabriel García Márquez. Entendo referir novamente este autor pois, na ingratidão da semana passada, poucas letras lhe foram dedicadas. Mas certamente daqui a alguns tempos voltarei a falar do prémio Nobel dados alguns dos seus livros com títulos bastante alusivos à COMISSÃO (Memorias das minhas…. – o resto vocês sabem).
Com a leitura do livro facilmente nos deparamos com a presença de um general eterno. “A este general - que tudo tinha feito a todos e quase não poupara ninguém - atormentava-lhe aquele acto tardio de ter vendido o mar do seu país aos gringos. Não por o ter decidido, mas pelo que os outros tinham feito com esse gesto mais de déspota absoluto - "(...) nunca pude imaginar que fossem capazes de fazer o que fizeram que foi levar com gigantescas dragas de sucção as eclusas numeradas do meu velho mar de xadrez, (...) levaram tudo quanto tinha sido a razão das minhas guerras e o motivo do seu poder e deixaram apenas a planura deserta de áspero pó lunar que ele via ao passar pelas janelas com o coração oprimido (....)". A integração do lançamento deste livro na atribulada vida de Cuba da época e na relação que Marquéz tinha com Fidel Castro facilmente nos coloca num campo de crítica ao regime então ainda jovem. Várias foram as vozes que entenderam isto como uma fragilização ao regime Castrista e, Garcia Marquez sofreu inteligentemente as represálias de então. Viciado em música, foi no concerto nº 3 para piano de Béla Bártók que encontrou a inspiração para a criação desse Outono.

Um livro relativamente pequeno e de fácil leitura.

Termino com as palavras do autor: "O mundo do ditador eterno, escrito no estilo dos livros anteriores, teria dado não menos de duas mil páginas."

A gente vê-se para a semana.

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