domingo, 8 de junho de 2008

Cinema: Street Kings

Estreia esta semana em Portugal o novo filme de David Ayer. Como a Comissão "está sempre em cima do assunto", não poderia de deixar de dar a opinião sobre este filme. Promete...

Título Original: Street Kings
Título em Português: A Comissão (bem, não é mas poderia ser)


Há quem diga que um grande filme nasce quando a qualidade do conjunto de actores é maior que a soma dos seus talentos individuais.

Mas - paneleirices à parte - se pensarmos que o filme de que vos falo hoje, Os reis da rua, é composto por um elenco grandioso - donde surgem personalidades como Keanu Reeves (Matrix), Forest Whitaker (O último Rei da Escócia), Amaury Nolasco (Sucre, Prison Break) e o “nosso” amigo Hugh Laurie (House MD) – até a soma dos talentos dificilmente poderá desiludir…

A história gira à volta de Tom Ludlow (Keanu Reeves), que “basicamente” pensa que é Comissário. Como polícia de Los Angeles, Ludlow bebe em serviço, falseia pistas e não cumpre as regras, vivendo desmedidamente o perigo. Ludlow é a “ponta da lança” da unidade especial da polícia de LA, chefiada pelo ambicioso capitão Wander (Forest Whitaker) – que utiliza Ludlow para os trabalhos mais sujos e à margem da Lei. Esta equipa vê-se alvo de múltiplos problemas, tanto internos como externos, mas aos quais conseguiu sobreviver graças ao carisma e “conhecimentos” do seu chefe. Um desses problemas tem pelo nome de Capitão Biggs dos Assuntos Internos (Hugh Laurie), que se esforça impetuosamente para acabar com a unidade, por uma razão desconhecida…
A história descarrila e ganha velocidade após uma trágica morte de um polícia aparentemente corrupto. Ludlow vê-se rodeado de incertezas, pois este polícia era seu ex-colega e a sua equipa inexplicavelmente recusa-se a investigar o caso. Sendo tudo aquilo que tínhamos apreendido sobre ele, Ludlow resolve investigar pessoalmente as circunstâncias, onde terá a ajuda do Detective Paul Diskant (Chris Evans) para encontrar surpresas e grandes reviravoltas ao longo do filme. Poderia revelar o resto do filme, mas: 1) detesto spoilers, e então em policiais é matar o filme; 2) estou farto de escrever histórias 3) se continuo a escrever vai parecer um texto político interminável.



O enredo deste policial poderá agradar a algumas pessoas, o que não foi o meu caso. As cenas iniciais esforçam-se por dar profundidade e carácter à personagem, mas infelizmente a prestação de Keanu Reeves deixa algo a desejar. Não tiro qualquer mérito ao talento a este vulto do cinema, mas na realidade o actor não encaixa na personagem. É como se pusessem o Vin Diesel a fazer um papel de Babysitter. Espera aí, já vi isto em qualquer lado…
Os restantes actores tentam esconder os desenvolvimentos e manter o suspense, na tentativa de prender o espectador, mas só um estreante no mundo dos policiais não desdobra as verdadeiras faces dos personagens e delineia a história antes dos 20 minutos iniciais. O história descarrila, sim, mas retorna ao carril muito mais cedo que o que deveria.
Mas nem tudo são más notícias. É verdade que tudo parece um enorme cliché aos grandes filmes de suspense/policial, mas é verdade que as cenas de acção estão relativamente bem executadas e que existe sempre a vontade de ver o filme até ao fim, nem que seja para perceber o que existe de especial com o Dr.House “versão polícia”.

Em resumo,
O famoso Neo falha redondamente em policiais. E nem os melhores actores o ajudam. Salvam-se as cenas de acção e a ideia de que este filme teria sido fantástico… sem fosse lançado em 1985.

Afinal, parece que o conjunto foi inferior à soma das partes. Acontece. Mas não com A Comissão.

por Comissário Pedro Coutinho

PS.- Podiamos combinar um jantar com comida turca. Que dizem? Força Portugal!

1 comentário:

Anónimo disse...

deviam fazer era um filme com A COmissão